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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

O velho hábito da Mia

A Dieta Low Carb vem funcionando bem. Roupas mais folgadas, medidas menores (bom, o peso não se altera muito por causa da troca de gordura por massa). Teoricamente, está tudo dando certo. Mas aquele velho distúrbio, já tratado e retratado diversas vezes no blog e na cadeira do terapeuta e do psiquiatra, continuam a me importunar.

Apesar de saber que estou mais magra (perdi medidas, minhas roupas estão folgadas, etc.), e todos ao meu redor confirmarem e elogiarem que estou magra, não me sinto assim. Me vejo gorda, com o mesmo corpo toda vez que me olho no espelho. Continuo com raiva dos meus quadris, dos culotes, do pneu nas costas e da pochete nojenta da barriga. Tenho vergonha do meu corpo, e vejo que o caminho ainda é longo.

Ao mesmo tempo, tenho medo que ela volte a me importunar, incitando-me a fazer as coisas e jogando na cara que eu quase não evoluí esse tempo todo. Como ela é cruel! Mas eu estou sendo mais cruel que ela. Reconheço minha situação deplorável.

Vejo-me desleixada comigo mesma, com minha aparência. Nunca mais comprei uma roupa, um sapato, uma lingerie. Maquiagem, apenas no dia de festa - e olhe lá. A última vez que usei foi no Natal. Na casa de praia, usei meus biquines velhos, por que não achei digno gastar dinheiro com uma peça cara e minúscula para um corpo que está mudando tão devagar. Sinto-me enojada a cada vez que me vejo de corpo inteiro no espelho. Parei de usar o espelho do quarto. Uso o do banheiro, apenas para por as lentes de contato (e olhe lá).

O cruel da parte dela, é esfregar na minha cara e cantar repetidamente com aquela voz irritante que eu não sou tão focada quanto pareço, que minha força de vontade é menor que a dela. (Deus, como preciso de um chiclete!) Me sinto impotente quando acontece algum imprevisto e eu tenho que me manter firme na rotina da dieta/exercícios.

Ando contando mais ou menos os carboidratos (hoje em especial, já atingi os 25g fácil - talvez até um pouco mais). Me atrasei para o trabalho e acabei comendo um cookie sem gluten de 17g de carbo, com mais 2g do café com creme. No almoço, uns 2g de carb (folhas, 1/4 de tomate e brócolis), mas a danada da Mia me fez salivar pensando em bala de coco (consumi 2 unidades - 8g de carb). O ideal era manter a meta de 20g, mas, por sorte, ainda está longe dos 50g máximos do dia.

Preciso sentar, me organizar e focar. Organizar metas da dieta (de consumo alimentar, se for de perda de peso, eu surto), dias de pesagem (estabelecer um dia para isso)... E preciso também voltar a organizar minha alimentação regradinha, meu chá para acompanhar as refeições (até penso em levar umas garrafinhas dele geladinho para o trabalho). O mais importante, é seguir.

Essa noite estive ansiosa. Não consegui dormir. Acabei com um soninho picado, acordei com uma fome dos infernos e com o nariz todo entupido. A corrida da manhã eu acabei boicotando e hoje, depois da sobremesa, a Mia não larga do meu pé.

Preciso de um choque de ânimo com urgência. Preciso me sentir mudando. Por mais que o ritmo esteja lento, não vejo as alterações no corpo. Minha mente pede socorro, e tento manter minha consciência flutuando no mar de lamentações enquanto a Mia me puxa para baixo, mas resisto pensando que não dei razão a ela para isso. No fundo, ela quer atenção.

Toda vez que dou uma escapulida, penso em compensar de alguma forma: Jejum intermitente (uma espécie de NF), exercícios que não consigo fazer, ou simplesmente lamentar, como estou fazendo agora.

A noite, vou me prometer caminhar na esteira (já que o sono não permite que eu corra por muito tempo) e amanhã cedo eu corro um pouquinho. Já é suficiente. Estou cansada. Quero meu corpo de volta!

 


Menos rótulos, por favor!

Um convite à reflexão!

O início: A Revolução Industrial

A Revolução Industrial foi o marco da praticidade nos lares. Ainda de forma rudimentar, o sistema de produção foi se tornando cada vez mais ágil e barato, sobretudo a partir do século XVIII. Foi-se descobrindo aos poucos substâncias, meios de produção diferentes, e aos poucos, reduziu-se a necessidade de mão de obra.
Em todos os ramos de produção, os meios artesanais foram sendo substituídos pelas linhas de produção, pelo processo de automação e pela formulação química cada vez mais agressiva dos produtos manufaturados.

A Indústria Alimentícia

Esse assunto muito nos interessa. A forma do ser humano se alimentar mudou muito através dos milênios. Biologicamente falando, comemos o que não temos capacidade de digerir. Esse assunto já foi tratado anteriormente aqui no blog, e sem mais delongas, ficam os links caso queira se aprofundar: http://colardeossos.blogspot.com/2016/10/como-funciona-dieta-low-carb-hora-de.html | http://colardeossos.blogspot.com/2016/11/eles-estao-entupidos-de-carboidratos.html.
Chegando ao ponto que interessa...
Fora os alimentos que não estamos geneticamente preparados para consumir, como os lácteos, grãos, cereais e legumes (e que hoje fazem parte da base alimentar no planeta terra), a indústria nos empurra diversos compostos químicos desconhecidos em forma de conservantes, estabilizantes, edulcorantes, corantes, etc.
Na produção do leite, por exemplo, estão envolvidos no processo, produtos químicos para tratar bactérias e fungos, cicatrizantes e hormônios, além dos produtos adicionados para conservar, manter textura, aroma, sabor e render mais (leia-se caso da soda cáustica e outros produtos proibidos nos alimentos).
O fato é que, a industrialização trouxe diversos benefícios à praticidade, mas diversos malefícios à saúde. Experimente pegar um produto industrializado qualquer e ler os ingredientes de forma não muito atenta: as palavras que não conhecer, gaguejarás ou lerás errado. Esses ingredientes podem ser os responsáveis pelas diversas doenças degenerativas e sem explicação. E mesmo assim, continuamos consumindo os produtos industrializados pela praticidade e conveniência.

A Indústria Cosmética

Esse assunto foi amplamente abordado no seguinte post: http://colardeossos.blogspot.com/2016/10/nos-envenenamos-lentamente-todos-os-dias.html. Sugiro leitura para aprofundamento.
A indústria dos cosméticos também facilitou muito a vida das pessoas vaidosas. Muitas das receitinhas caseiras se perderam desde que o processo tornou os produtos atrativos ao mercado consumidor. E para baratear, render e durar, ter aroma agradável e textura sedosa, investiu-se na aplicação de diversos químicos cancerígenos.
Este foi um dos fatores que me levaram a fazer as técnicas Low Poo/No Poo e Co-Wash nos meus cabelos. E aos poucos, comecei a procurar produtos que fizessem menos mal para a pele como um todo (sabonetes, maquiagens, pinturas para unhas, etc).

A Indústria Farmacêutica

Essa ganha milhões em conchavo com as outras duas citadas. É receitado remédio para doenças que podem ser curadas com a alteração da alimentação ou inclusão de uma carga de exercícios. A comida e os cosméticos nos adoecem pouco a pouco, e os tratamentos cada vez mais avançados (e caros), acompanham as novas descobertas científicas.

A Indústria e a Saúde

Há diversas alternativas (abafadas diariamente pela mídia) para mudar esse paradigma. Diversos grupos sociais (marombeiros, bichos-grilo, meditadores, etc) vem incentivando as pessoas ao redor a consumir menos produtos industrializados, observando que há impacto direto na saúde e bem estar.
A alimentação saudável, dada através do consumo da "comida de verdade", o menos processada possível, abriu caminhos para novos desbravamentos. O consumo de menos shampoo, menos sulfato, menos sabonetes abre caminho para um novo olhar: Menos rótulos, menos embalagens, menos produtos químicos, e por aí vai.

Disse e me disse

A indústria (as três) sempre culpou a alimentação. O vilão, hora é o ovo, e logo mais tarde é o tomate. Nunca é o processo de fertilização ou controle de pragas o culpado pela contaminação dos organismos com substâncias cancerígenas. Ou o inocente shampoo, entupido de Lauril Sulfate. A causa é sempre algum componente natural, consumido desde que o mundo é mundo, sem o registro alarmante do aumento de casos graves de doenças coronárias, neurológicas, endócrinas...
E assim, a culpa torna-se única e exclusivamente do  consumidor, que não consumiu os produtos orgânicos, que não tomou a vacina de boa procedência, que contaminou o solo com a coleta mal feita do lixo realizada pelos municípios. E assim a história medíocre da evolução industrial vai se isolando da realidade criada para manter lucros com as doenças criadas, as dietas que não resolvem nada, e os produtos de beleza para esconder que algo anda errado.

Menos rótulos, por favor!

Esse post é um convite à reflexão: essa praticidade vale a pena? Meu corpo está ganhando algo com esse consumo exacerbado de produtos industrializados?

Decidi que minha vida será o menos industrializada possível ainda no ano passado. Prometi a mim mesma que reduzirei o consumo de materiais descartáveis, volume do lixo, etc. Faço um bem a mim mesma, à humanidade.



terça-feira, 27 de setembro de 2016

Privacidade

Curta, grossa e seca:

Tenho um transtorno alimentar controlado (pelo menos não quero que as pessoas ao meu redor saibam que tive aquela recaída) e tento ao máximo manter segredo disso (sugiro a muitas que adotem algumas dicas para evitar conflitos familiares). Para evitar situações desagradáveis com os que esperam que eu esteja 100%, evito flagras:


  • Não participo de grupos no WhatsApp: em primeiro lugar, não quero meu número de telefone rolando na internet. Segundo, um motivo a menos para me distrair com o celular. Em terceiro lugar, eventualmente meu noivo pega meu telefone (não para bisbilhotar, afinal não tenho o que esconder - só isso), assim como uma irmã ou amiga pode acabar vendo sem querer um grupo com várias pessoas com transtornos ativos... Vocês já imaginam o que pode acontecer...
  • Não posto fotos minhas: vocês não tem noção do que é alguém reconhecer seu braço por uma pinta ou por uma cicatriz no joelho... 
  • Uso navegação anônima: para ler e fazer postagens eu prefiro usar o modo anônimo. Não registra no histórico de acessos e evita confusões, principalmente caso haja necessidade de empréstimo do computador.
  • Uso um pseudônimo: como vocês devem imaginar, a Ana Po existe, mas esse é um nome artístico! Vamos manter o anonimato para evitar problemas
  • Tento agir normalmente em público: em festas familiares, jantares, etc, eu me sirvo e como normalmente. Tento comer bastante salada (quase o prato todo). As pessoas só faltam aplaudir por ser "saudável". Claro que no dia seguinte desconto na esteira!
Por mais neurose que possa parecer, a última coisa que quero é ser internada contra minha vontade, com prescrição de remédios e acompanhamento psiquiátrico. Não novamente. Por enquanto eu consigo controlar.

Espero conseguir por muito tempo...

Desafios da Vida Adulta

Perdi a conta de quantas vezes quis trabalhar, morar só é pagar as próprias contas. Achei que seria mais fácil seguir dietas sem ninguém para me importunar e sem ter que me preocupar em lavar os pratos assim que usasse. Era uma forma mais fácil de esconder de quem quero que o meu transtorno alimentar estava de volta.

Bom, acabou acontecendo. Me formei, comecei a trabalhar na área, comecei a guardar minha grana e quando deu, dei entrada no meu apartamento (mas meus pais resolveram se mudar para lá, aí fiquei no deles).

Quando comecei a morar só, o tempo começou a parecer muito longo. E solitário em um apartamento de 130m² e eu ali tão só. Comecei a me ocupar com faxina quase todo dia. Aí o tempo voava mais rápido e eu esquecia de comer. Mas também não achava nada pronto e tornei a crepioca de queijo cottage com peito de peru e tomate cereja (230kcal) a minha refeição oficial.

Enquanto isso, ainda estava magra, tinha acabado de retomar os treinos depois de ter quebrado o pé e ficado quase 6 meses de molho. Foi impressionante como em 1 mês correndo 3x por semana, já havia perdido bastante gordura corporal.

Anotar: comprar cottage, tapioca e ovo. Isso me fazia bem. Voltar a correr com frequência também.

Tudo mudou quando meu amor veio morar comigo. Eu sou carente de atenção. Se ele estiver em casa, vou querer estar com ele. Esse é o problema. Aí que eu falo que amar engorda! Mas no fim das contas, a culpa é inteiramente minha.

Os desafios começam quando você descobre que está só: não vai encontrar nada pronto e terá que colocar a mão na massa. Também pagará suas contas e descobrirá que não tem mais tempo nem disposição para nada. Algumas coisas que eram prioridades passam a ser o plano b. E que tudo isso influencia na sua dieta.

Ainda sobre dieta, acho que saí descendo ladeira abaixo (rolando depois de cair kkkkk) quando meu amor veio morar comigo (ele não é nem um pouco prendado) e comecei a fazer coisas fora da minha dieta (ele não ia viver a base de crepioca e salada), e acabei embarcando na alimentação dele.

Assumo, me faltou foco, e quando dei por mim, estava mais rechonchuda. Porém a balança não acusava a mudança de peso (perdi massa magra, ganhei gordura e o peso continuou estabilizado) e eu não percebi que estava engordando assim  tão fácil. (Assumir nossos erros faz parte da vida adulta).

Meu grande desafio é conseguir programar minha dieta, meus exercícios, as necessidades da casa, trabalhar, cuidar da aparência, da saúde, do noivo... Eu choro quando imagino que teria que faltar a academia para dar conta das roupas para passar, depois de ter passado o dia todo trabalhando. Nessas horas bate saudade de ter pai e mãe em casa, encontrar tudo limpo e arrumado, a comida pronta (ou pelo menos ter que cuidar apenas da minha comida da dieta).

É um desabafo, acho que já pirei tanto com isso, que até o boy se prontificou a se prendar e me ajudar (até pequenas compras ele fez, mas comprou coisa errada kkkk). E assim, meu próximo desafio é conseguir dividir as tarefas.