sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Dia 12 - 60,7 (de inchaço):Diga não ao glúten!

Como já mencionei por aqui, meu noivo tem intolerância a glúten. Desde que descobrimos, passamos a controlar o consumo dessa proteína em casa, e sentimos melhoras enormes no nosso dia a dia. Estamos retendo menos líquido, pele mais lisa, sem erupções, principalmente nos braços, joelhos e tornozelos. Não só ele vem apresentando melhoras. Eu também vejo e sinto de perto os benefícios da exclusão do glúten na alimentação.

Ontem saí de casa cabendo na calça medida (a danada da calça que andei vestindo de vez enquando e achando mais folgada), comi 1 pãozinho de batata na rua e voltei sem caber mais na calça, ou seja, voltei a inchar, de forma instantânea. Me pesei de roupa hoje, antes de sair de casa e voltei pra casa dos 60,7 novamente, mais de 1kg de um dia para o outro, provavelmente só de líquido. Os pés estão inchados. Passarei o dia bebendo água e no fim do dia me peso novamente, dessa vez sem roupa, e talvez tome um diurético para ajudar.

Com base nas minhas observações dos dias que passamos controlando o consumo de glúten em casa, resolvi fazer esse post. Para explicar um pouco mais sobre essa proteína e contar como está sendo nossa vida depois disso.

As vezes leio muitos posts de muitas Anas e vejo que muitas consomem muito glúten (bolachas de água e sal, pão, aveia, cerveja... E muitas reclamam que continuam inchadas. Espero que esse post venha ajudar

Por que as ditas dietas saudáveis vem apontando o Glúten como o vilão da alimentação? De uns tempos pra cá, ele é apontado como o provável causador da obesidade e sobrepeso no mundo. Com a industrialização crescente, passou a estar presente até onde nem o esperamos, como na massa de tomate, iogurte e na batata frita congelada. A raça humana nunca consumiu tanto trigo quanto na atualidade. Esse fato vem trazendo uma série de consequências, como uma série de manifestações alérgicas e sensibilidades alimentares, inclusive doença auto imune.

Segundo um estudo do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a incidência de alergias alimentares no mundo cresceu nada menos que 50% entre 1997 e 2013. Entre as crianças, a situação é ainda pior - na China os casos mais que dobraram, na Europa subiram 700% e, no Brasil, 2 milhões têm algum tipo de alergia à comida. As alergias sempre estiveram ligadas a uma predisposição genética. Mas como explicar a explosão de casos nos últimos anos? Nosso DNA não mudou muito nesse período. Mas a comida que comemos, sim.

Isso é uma moda? Afinal, devemos ou não comer glúten? A resposta não é tão simples quanto a pergunta. Primeiro, precisamos entender o que ele é.

 O QUE É O GLÚTEN: É uma proteína de origem vegetal, contida principalmente no trigo, cevada e centeio, mas pode ser encontrada em outros cereais processados em locais onde se processa trigo (contaminação cruzada). É usado porque proporciona elasticidade na receita de diversos alimentos, caso típico do pão: ao sovar a massa, o padeiro cria as redes de glúten, estruturas capazes de aprisionar o gás carbônico expelido pelas leveduras do fermento.

O QUE ELE CAUSA: Por ser uma proteína de difícil digestão, é comum haver algum tipo de intolerância ao glúten, semelhante à que ocorre com a lactose do leite, embora neste caso se trate de um açúcar. Além da doença celíaca, uma reação autoimune do organismo provocada pela ingestão de glúten. As células de defesa atacam a proteína, mas, ao mesmo tempo, atacam também as paredes do intestino, o que provoca uma atrofia na mucosa intestinal que impede a absorção dos nutrientes. É uma doença crônica que exige a eliminação total do glúten na dieta por toda a vida.
Em 2011, um painel de especialistas internacionais admitiu a existência de outro tipo de reação à proteína do trigo, batizando-a de "sensibilidade não celíaca ao glúten", aquilo que vulgarmente se chama intolerância. Crê-se que o aumento destes casos se deva ao tipo de alimentação atual, ao excesso de comida à base de trigo, centeio e cevada (a fast food faz parte deste grupo), ao glúten que é adicionado a uma série de produtos (iogurtes, cereais matinais, molhos de tomate, batata frita congelada, molhos de salada, etc.) e à má qualidade dos cereais.

O QUE SE GANHA EVITANDO O CONSUMO: 
MENOS GULA:Primeiro, vem aquela vontade incontrolável. A pessoa fica ansiosa, agitada, com uma verdadeira fissura de consumir o produto. Quando ela finalmente consome, uma substância cai na sua corrente sanguínea e vai até o cérebro, onde se encaixa nos receptores opioides - que produzem uma imediata sensação de prazer. Poderíamos estar falando da heroína, uma das drogas mais potentes que existem. Mas estamos falando da gliadina, uma das duas proteínas que formam o glúten (a outra se chama glutenina). Ela age sobre os mesmos receptores cerebrais atingidos pela heroína. Da mesma forma que usar uma droga gera a vontade de voltar a usá-la, ingerir trigo pode dar vontade de comer mais.
REDUÇÃO DAS PROBABILIDADES DE REAÇÕES ALÉRGICAS E DISTURBIOS NO SISTEMA DIGESTIVO: Se você tem alguns dos sintomas citados a seguir considere suspender o consumo do glúten - Diarreia frequente; prisão de ventre; vômito persistente; náusea; dor abdominal; abdômen inchado;irritabilidade;perda do apetite;emagrecimento sem causa aparente; ganho de peso sem explicação; retenção de líquidos; palidez; anemia ferropriva; diminuição da massa muscular; inflamação das articulações; inflamação da região sacroilíaca da coluna vertebral; agravamento de alergias respiratórias; erupção cutânea (principalmente nos braços); reação acneica.
REDUÇÃO DO CONSUMO DE CARBOIDRATOS: Existem dois tipos básicos de carboidratos: o simples (refinados como pão francês, arroz e massa branca) e o complexo (integrais). Ambos são transformados em açúcar durante a digestão, e armazenada no corpo em forma de gordura. A redução do consumo de carboidratos - incluindo os que contém glúten - reduz o armazenamento de gordura no corpo. Resumindo: carboidrato, em qualquer horário engorda.

O QUE DEVO FAZER: Reduzir o consumo de produtos contendo trigo, centeio ou cevada, alimentos industrializados, ler rótulos. Prefira comida de verdade, do tipo que se tem certeza de como foi feito. Se despeça dos pães, cerveja, biscoitos, alimentos industrializados. Experimente um período detox, de no mínimo 30 dias.

E DÁ CERTO?: Sim. Eu reduzi bastante o consumo de glúten, inclusive venho lendo rótulos (descobri glúten em chocolates, iogurtes, molhos pra salada, caldo knor, etc) e reduzi o inchaço. Perdi quase 2kg só de água.


Um comentário:

  1. Caramba Ana, eu já ouvi falar muito sobre essas coisas de tirar o gluten da dieta, mas eu nunca tinha visto um depoimento tão detalhado de como isso funciona e como beneficiaria! Eu costumo comprar produtos sem gluten, mas quando tinha eu não ligava muito sabe? Mas agora eu acho que vou tentar tirar totalmente da minha dieta viu?
    Adorei o post,
    beijos1!

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